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Cáritas Brasileira é eleita para integrar o CNAS no período de 2020 até 2022

Institucional

A eleição garantiu a posição de conselheira suplente no segmento de entidades do Conselho Nacional de Assistência Social

Publicação: 16/06/2020


Texto: Sandra Silva

A Cáritas Brasileira segue integrando o Conselho Nacional de Assistência Social. A eleição dos novos conselheiros, para a gestão 2020-2022, aconteceu no dia 2 de junho em assembleia online, que se realizou dessa forma em consequência da pandemia de Covid-19. A nomeação e posse dos novos conselheiros deverão acontecer até 19 de junho. 

Representante da Cáritas Brasileira e eleita conselheira, Andrea Perotti, conta que a decisão de realizar a assembleia à distância foi ousada, mas de grande importância. “Isso mostra o compromisso do Conselho com os processos democráticos e com a garantia da representatividade da sociedade civil neste espaço de participação”, contou.

O Conselho Nacional de Assistência Social é composto de forma paritária entre representantes governamentais e da sociedade civil. A sociedade civil é representada por entidades, trabalhadores e usuários da assistência social.  No segmento entidades de assistência social são eleitos três conselheiros titulares e três conselheiros suplentes. A Cáritas Brasileira ficou com a 1ª suplência.  


Conselheiros Titulares

1ª Febraeda

2ª Projeto Pescar 

3ª Inspetoria São João Bosco


Conselheiros Suplentes

1ª Cáritas Brasileira

2ª Abrinq

3º Fenapestalozzi


“Para além do rito formal, a Cáritas tem uma tradição de participação ativa no Conselho defendendo os interesses dos seus beneficiários, que são as pessoas que estão nas comunidadese mais vulneráveis deste país”. A Cáritas entende que atuar pelo fortalecimento da política de assistência social significa defender os direitos dos indivíduos e famílias que vivem em situação de vulnerabilidade e pobreza e garantir que a população tenha acesso aos serviços e benefícios desta política pública. 

Andrea também destaca a importância da participação da sociedade civil na oferta de serviços de assistência social. “Onde o governo não consegue chegar estão as entidades dando esse suporte à população”, afirmou. “O desafio é atuar dentro do Conselho para que essa política de Estado se restabeleça frente às perdas de financiamento e retrocessos políticos dos últimos anos e consiga cumprir o seu propósito, que é garantir os direitos socioassistenciais dos brasileiros. É um esforço conjunto”, finalizou.

Cristina dos Anjos, assessora nacional da Cáritas Brasileira, foi conselheira social integrante do CNAS anteriormente e entende a grande importância de articulações como essa, principalmente no tempo de grande retrocesso em políticas e direitos sociais que o Brasil enfrenta. De acordo com Cristina, a importante política do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) está ainda mais fragilizada em época de pandemia, quando é tão necessária. “O governo, para além de retirar recursos no momento em que o SUAS necessita de maiores investimentos para sua consolidação, não tem garantido os orçamentos aprovados, não tem sido efetivado os recursos previstos e aprovados nos orçamentos anuais, prejudicando enormemente a efetivação da política”, pontuou.

Cristina ainda aponta que será uma gestão de muitos desafios para as novas e novos conselheiros do CNAS. “Em um país com tamanha desigualdade social, será fundamental a consolidação do SUAS a partir do fortalecimento e ampliação dos serviços socioassistenciais e a qualificação do trabalho desenvolvidos nos serviços públicos. Essa luta é cada vez mais desafiante e precisará estar cada vez mais na agenda de luta de todas e todos”, finalizou. 

A assistência social é um braço forte da Cáritas Brasileira em todo território nacional. Integrante do Grupo de Trabalho (GT) de Assistência Social da Cáritas e secretária-executiva do regional Rio Grande do Sul, Jacira Ruiz afirma que ainda há muito a se fazer. “Vejo que a Política Nacional de Assistência Social (PNAS) na rede Cáritas tem se tornado mais presente nos debates, mas constata-se a necessidade de maior aprofundamento, conhecimento de suas proposições”, contou. “Trabalhamos com o público para o qual a Política se direciona, mas precisamos avançar para trabalhar em rede com os espaços de sua efetivação nos territórios que são os CRAS e CREAS”, disse Jacira. 

Só no Rio Grande do Sul a Cáritas integra o Fórum Estadual de Entidades Não Governamentais de Assistência Social, a Frente Gaúcha em Defesa do SUAS e do SUS, a Comissão Regional de Assistência Social de Porto Alegre, ligado ao Conselho Municipal de Assistência Social e de outros 37 conselhos municipais espalhados em todo o estado. “Essa participação manifesta a compreensão de que conselhos, fóruns, manifestações de rua, são  espaços de controle social democrático e oportunidade de construção coletiva junto com entidades, usuários, trabalhadores e gestores da Política”, afirmou Jacira.

Uma das preocupações do GT de Assistência Social da Cáritas é garantir o fortalecimento da articulação e do diálogo entre as demais entidades de assistência social comprometidas com o público beneficiário da política, além de fazer o enfrentamento aos posicionamentos que compactuam com ações governamentais que desconstroem e descaracterizam a PNAS. “O GT reúne elementos da realidade que está sempre em disputa, sistematiza, reflete e propõe olhares, reflexões e posicionamentos para o conjunto da rede”, finalizou Jacira.

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